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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Gordura trans

Substância pode elevar o colesterol ruim, LDL, e diminuir o colesterol bom, HDL
A gordura trans, encontrada em alimentos industrializados, teve origem no início do século passado para substituir a gordura animal, dar mais sabor, conservar por mais tempo e melhorar o visual dos alimentos. Estudos recentes comprovam que o excesso desse tipo de gordura é o mais prejudicial à saúde. O que é então a gordura trans e quais os riscos de seu consumo? 
Ela é composta por ácidos graxos insaturados. Um óleo encontrado na natureza, por exemplo, possui os átomos distribuídos em posição paralela. No entanto, quando é submetido ao tratamento industrial de hidrogenação, a estrutura química do óleo é modificada, fazendo com que os ácidos graxos fiquem com os átomos em alinhamento transversal - que fazem parte da confecção da gordura trans. 
A quantidade de gordura trans que deve estar presente na alimentação é um grande debate. Apesar de ser prejudicial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica um consumo mínimo de 1% das calorias diárias. Alguns produtos podem possuir até quatro gramas por porção, o que elevaria em cinco vezes o consumo diário recomendado pela OMS. De uma maneira geral, no entanto, a grande indústria já se conscientizou sobre os problemas deste excesso, reduziu e vem reduzindo cada vez mais as quantidades de gordura trans presentes em seus alimentos, tirando do mercado, inclusive, os produtos que a possuíam em excesso. 
Se pensarmos em um adulto que deve consumir 30% de gorduras por dia, de acordo com a ingestão diária recomendada, devemos considerar que 1% dessa quantidade virá da gordura trans, o que corresponde ao consumo de 0,8 gramas da substância por dia. Já uma criança, que possui uma recomendação de ingestão diária menor do que a de um adulto teria de ingerir no máximo 0,6 gramas de gordura trans. 
A consequência deste alto consumo pode ser o aumento dos níveis de colesterol ruim, o LDL, e a diminuição do colesterol bom, HDL, elevando o risco de aterosclerose, infarto e acidente vascular cerebral. Mas o mais importante é que as pessoas reflitam sobre o que comer e quando comer. Um prato de arroz, feijão e bife pode ter a mesma quantidade de proteínas e vitaminas que um hambúrguer, por exemplo. O problema está, na realidade, na quantidade de maionese, ketchup e mostarda utilizada. A escolha e a reflexão sobre o consumo adequado e consciente destes e de qualquer alimento é a chave para uma alimentação correta e balanceada. 

Gordura trans escondida

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina listou 23 ingredientes que podem conter a gordura trans. Confira: 
 
Gordura de soja parcialmente hidrogenada
Gordura hidrogenada
Gordura hidrogenada de soja
Gordura parcialmente hidrogenada
Gordura parcialmente hidrogenada e/ou interesterificada
-Gordura vegetal hidrogenada
-Gordura vegetal parcialmente hidrogenada
-Hidrogenada
-Margarina vegetal hidrogenada
-Óleo de milho hidrogenado
-Óleo vegetal de algodão, soja e palma hidrogenado
-Óleo vegetal hidrogenado
-Óleo vegetal líquido e hidrogenado
-Óleo vegetal parcialmente hidrogenado
-Creme vegetal
-Composto lácteo com gordura vegetal (2º ingrediente gordura
vegetal)
-Gordura
-Gordura vegetal
-Gordura vegetal de girassol
-Gordura vegetal de soja
-Margarina
-Margarina vegetal
-Mistura láctea para bebidas (3º ingrediente gordura vegetal) 
 
 
 
Desde 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obriga todos os fabricantes a indicar no rótulo a quantidade de gordura trans presente nos alimentos. Por outro lado, o Ministério da Saúde também tenta acabar com a utilização dessa gordura, seguindo o exemplo de países como Suíça e a Dinamarca, onde ela é proibida. A perseguição tem um bom motivo. Estudos científicos comprovaram que essa gordura é extremamente prejudicial à saúde: além de aumentar os níveis de colesterol ruim, o LDL, também diminui a taxa de colesterol bom, o HDL. E isso significa elevar o risco de arteriosclerose, infarto e acidente vascular cerebral.
A gordura trans é o nome dado à gordura vegetal que passa por um processo de hidrogenação natural ou industrial. "Algumas carnes e o leite já têm essa gordura, mas em pequena quantidade. O que preocupa mesmo são as gorduras usada pela indústria", explica Samantha Caesar de Andrade, nutricionista do Centro de Saúde Escola Geraldo Horácio de Paula Souza, da Faculdade de Saúde Pública da USP. A gordura vegetal hidrogenada faz parte do grupo das gorduras trans e é a mais encontrada em alimentos. Ela começou a ser usada em larga escala a partir dos anos 1950, como alternativa à gordura de origem animal, conhecida como gordura saturada. Acreditava-se que, por ser de origem vegetal, a gordura trans ofereceria menos riscos à saúde. Mas estudos posteriores descobriram que ela é ainda pior que a gordura saturada, que também aumenta o colesterol total, mas pelo menos não diminui os níveis de HDL no organismo. Em geral, as gorduras vegetais, como o azeite e os óleos, são bons para a saúde. Porém, quando passam pelo processo de hidrogenação ou são esquentadas, as moléculas são quebradas e a cadeia se rearranja. Essa nova gordura é que vai fazer todo o estrago nas artérias. Esse processo de hidrogenação serve para deixar a gordura mais sólida. E é ela que vai fazer com que os alimentos fiquem saborosos, crocantes e tenham maior durabilidade. O grande desafio atual da indústria é encontrar uma alternativa mais saudável à gordura trans, sem que os alimentos percam suas propriedades.
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A gordura trans não é sintetizada pelo organismo e, por isso, não deveria ser consumida nunca. Mas, como isso é quase impossível, o Ministério da Saúde determinou que é aceitável consumir até 2g da gordura por dia, o que equivale a quatro biscoitos recheados. Mesmo tendo isso em mente, um dos grandes problemas para o consumidor é conseguir perceber com clareza quanta gordura trans existe em cada alimento. "A Anvisa determinou que, quando uma porção do alimento possuir até 0,2% da gordura, o rótulo pode dizer que o produto não tem gordura trans, o que não é verdade", explica Samantha Andrade. Ou seja, se a embalagem traz os valores referentes à porção de dois biscoitos e esses contiverem 0,2g de gordura trans, o fabricante pode afirmar que o produto é livre dela. Mas, na verdade, se uma pessoa comer 20 biscoitos terá consumido os 2g da gordura. "Por isso, o melhor jeito do consumidor ter certeza do que está comprando é verificar a lista de ingredientes para checar se não existe gordura vegetal hidrogenada na composição do produto", ensina a nutricionista. Vale lembrar que os alimentos que mais contêm gordura trans são bolachas, pipocas de microondas, chocolates, sorvetes, salgadinhos e todos os alimentos que tem margarina na composição.
 


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